emergencias oncologicas

Emergências oncológicas: o que você precisa saber

Em síntese, as emergências oncológicas exige um diagnóstico rápido e eficaz de condições potencialmente fatais.

Entretanto, nesses pacientes oncológicos-, o profissional precisa estar preparado tanto para identificar, como para tratar essa emergência médica.

Embora, o diagnóstico das emergências oncológicas necessite de exames complementares para confirma-lo, saber que o paciente esta na vigência de um tratamento quimioterápico – seja ele qual for -, ou recém terminado, é de fundamental importância para dirimir os próximos passos.

Portanto, ter essas informações é a chave de todo diagnóstico.

Como resultado, a suspeita de uma das emergências oncológicas se faz com um breve questionamento pregresso ao paciente e/ou familiares.

Neste artigo discutiremos:

  • O que são emergências oncológicas?
  • As 5 (cinco) principais emergências oncológicas
  • Como fazer o diagnóstico?
  • Conclusão


O que é emergências oncológicas?

Em suma, entende-se por emergências oncológicas qualquer condição aguda causada pelo câncer, ou por seu tratamento, que necessite de diagnóstico ultra precoce e pronto tratamento.

Assim sendo, tal medida, se faz necessária devido ao alto risco de vida ou dano grave permanente.

As 5 (cinco) principais emergências oncológicas

As cinco principais emergências oncológicas são: Neutropenia febril, Síndrome da Lise Tumoral, Hipercalcemia da Malignidade, Síndrome da Compressão Medular e Síndrome da Veia Cava Superior.

Desse modo, todas essas condições devem ser suspeitadas no paciente oncológico que adentre no departamento de emergência.

Entretanto, vale ressaltar que por vezes, essas hipóteses podem estar “ocultas” umas nas outras, uma vez que o paciente oncológico possui além de uma particularidade própria de cada câncer, uma complexidade impar.

Todavia, ter essas cinco emergências oncológicas em mente no momento do atendimento, será de crucial importância na tomada de decisão.

1.Neutropenia febril

Esta condição ocorre quando pacientes com câncer e contagens extremamente baixas de neutrófilos apresentam febre, muitas vezes como resultado de uma infecção secundária.

O manejo consiste em iniciar a terapia de antibióticos de amplo espectro imediatamente após a retirada das culturas. Nos casos mais graves, pode ser necessária a internação na UTI.

2. Síndrome da Lise Tumoral

Surge quando um grande número de células cancerígenas se decompõem ao mesmo tempo, liberando uma quantidade perigosa de substâncias no sangue do paciente.

Os sintomas podem incluir náuseas, vômitos, confusão mental e edema generalizado.

A terapia envolve a hidratação intravenosa para aliviar a carga sobre os rins, associada ao uso de medicamentos que controlam o equilíbrio de eletrólitos, como Alopurinol ou Rasburicase.

3. Hipercalcemia da Malignidade

Esta é uma emergência metabólica discutida em pacientes com câncer, geralmente em consequência à liberação de proteínas pelo tumor que aumentam a liberação de cálcio dos ossos para a corrente sanguínea.

O tratamento passa por hidratação intravenosa, diuréticos de alça e bifosfonatos. Outras terapias, como denosumab ou calcitonina, podem ser consideradas.

4. Síndrome da Compressão Medular

Caraterizada pela compressão da medula espinhal por tumor, manifesta-se através de dor na coluna, disfunção motora e alterações sensoriais ou autonômicas.

É obrigatória a terapia com corticosteroides para reduzir o edema e a utilização de radioterapia ou cirurgia para remoção do tumor, a depender do caso.

5.Síndrome da Veia Cava Superior

Resulta da obstrução do fluxo sanguíneo através da veia cava superior, comumente causada por neoplasias torácicas, como câncer de pulmão. Contudo, também pode decorrer da trombose mediada por cateter.

O descompasso entre a oferta e demanda de sangue pode resultar em edema facial, dispneia e sintomas neurológicos.

A administração de corticosteroides e o tratamento da doença subjacente no curto prazo (quimioterapia ou radioterapia, por exemplo) são imperativos.

Como fazer o diagnóstico de emergências oncológicas?

Para o diagnóstico das cinco emergências oncológicas, lançamos mão de uma anamnese direcionada, exames laboratoriais e de imagem.

Com isso, conseguimos dar o primeiro passo na identificação de um dos cinco possíveis diagnósticos, não impedindo de ter dois ou mais deles simultaneamente.

Por conseguinte, com um diagnóstico precoce, o paciente poderá iniciar com mais rapidez o tratamento dessa emergência.

Conclusão

O rápido reconhecimento e a gestão apropriada das emergências oncológicas no departamento de emergência são cruciais para a sobrevivência e a qualidade de vida do paciente.
O conhecimento destas condições auxiliará médicos e equipes de saúde na tomada de decisão e na implementação de medidas de suporte e tratamentos definitivos, a fim de proporcionar o melhor atendimento ao paciente oncológico.

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